REGIONAL

Podemos identificar em nossa arquitetura regional uma mescla e diversificadas contribuições de varias etnias, sendo elas açorianas, alemãs, italianas, austríacas entre outras.
Faz-se conclusões de que o estado de Santa Catarina, é um estado acolhedor e que de região em região sua cultura, seus hábitos, ainda possuem resquícios dos primeiros imigrantes que desfrutaram dessas terras.
Analisando dessa forma por regiões o nosso Litoral Catarinense apresenta traços culturais de base açoriana, isso por se tratar das faixas litorâneas, as quais eram as primeiras a serem desbravadas pelos colonizadores que chegassem as terras brasileiras, que fundamentam um corredor turístico-cultural de valores muito peculiares. Os açorianos desbravaram as terras de Santa Catarina no decorrer do século XVIII (1748 a 1756), localizaram-se inicialmente em 8 núcleos de colonização.
Hoje, seus descendentes se expandiram em várias direções e mantêm traços originais da cultura nos municípios de Araquari, Barra Velha, Penha, Biguaçu, Bombinhas, Camboriú, Araranguá, Criciúma, Florianópolis, Garopaba, Tijucas, Governador Celso Ramos, Içara, Imaruí, Itajaí, Itapema, Jaguaruna, Laguna, Navegantes, Palhoça, Imbituba, Porto Belo, São José, São João do Sul, São Francisco do Sul, São João Batista, Sombrio e Tubarão.


Igreja Nossa Senhora da Lapa
Florianopolis/SC


Casa Açoriana
Garopaba/SC

Do litoral, os imigrantes da segunda leva de imigrantes que desembarcaram em terras brasileiras partiram adentro ao nosso estado, desbravando as terras ainda não exploradas. Uma das culturas que aqui possuem herança é a cultura germânica, a qual deixou seus traços no espírito festivo, na fartura à mesa, na música alegre e na arquitetura.
Tendo como principais centros as cidades de Blumenau, Joinville, Pomerode e Jaraguá do Sul, a região nos transcende a uma cultura européia, com suas casas no estilo enxaimel e pequenas propriedades rurais.
Demais cidades que fazem parte do circuito: Gaspar, Timbó, Santo Amaro da Imperatriz, São Pedro de Alcântara, Brusque, São Martinho e Itapiranga.

Ainda temos os imigrantes italianos, que também desembarcaram no mesmo período dos alemães, e que desbravaram regiões alem do litoral conforme a cultura alemã, essa cultura possui receptividade e possui fortes resquícios nas cidades de Videira, Nova Trento, e já se expandiu para todo o estado.
Já na região meio-oeste do estado, encontramos o chamado Tirol Brasileiro, Treze Tílias cultiva às tradições oriundas da cultura austríaca, onde os visitantes, têm a oportunidade de conhecer o canto, a música, a dança, a comida, a indumentária e as artes tipicamente tirolesas.

Já na região oeste, destacamos a forte imigração de italianos e alemães, que a partir das primeiras décadas do século passado passaram a desbravar essas terras, trazendo consigo suas tradições, culturas, e a força de trabalho para poder construir suas casas e cravar assim, suas raízes. Tomamos a cidade de Seara/SC, localizada entre as cidades de Concórdia e Chapecó, como exemplo dessa forte cultura alemão e italiana que se instaurou em nossa região. Os primeiros colonizadores se instalaram nas terras de Seara na década de 30 e 40, donde desbravaram a forte mata, e assim, possivelmente construíram suas casas e criaram os vilarejos.

Os colonizadores que ocuparam as terras de Seara criaram com o tempo seus vilarejos, ao qual deram o nome de Nova Milano, posteriormente se mudaria para o atual nome, Seara.
As construções eram tipicamente simples, e de características regionais, no qual o uso de madeira era indispensável, pois não se tinha conhecimento ou ate mesmo, se tornava inviável o uso de outros materiais, pois com o desmatamento das áreas, se apropriava-se da madeira assim, para a utilização nas construções das residências.

Como vemos, a arquitetura utilizada pelos primeiros moradores para a construção de suas casas era heranças da cultura italiana trazida pelos primeiros imigrantes, onde é possível a observação dos porões, os sotãs, da varanda onde a família geralmente se colocava para a recepção dos vizinhos.
É possível também analisarmos que a nossa cultura modificou-se muito com o decorrer do tempo, pois, na década de 50, era possível uma maior visualização dos moradores utilizando os espaços públicos, os moradores viviam cada lugar, tornavam os lugares agradáveis, e em dia de festas esses lugares se enchiam de pessoas para prestigiar e tornar o espaço social. Concluindo, a arquitetura seja ela qual for, alemã, italina, açoriana, austríaca, todas representam a força, e as tradições de cada povo, e sendo assim, cada qual merece o seu respeito. Conforme verificações, as construções que foram executadas pelos primeiros moradores que em Seara chegaram, ja não são encontradas, restando poucas construções remanescentes, e as que se encontram vivas ainda, sofreram fortes modificações, e não desempenham a mesma função de outrora. É o caso da Casa da Cultura de Seara, que primeiramente era o moinho e a primeira unidade do frigorifico, que atualmente é a maior fonte de renda da população searaense, assim, passou de um moinho, para hoje ser a Casa da Cultura, e ser com certeza um forte ponto da cidade, lugar de encontros e cultura para a população em geral.

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